sábado, 16 de junho de 2012

LUNÁTICO



Posso parecer um lunático, 
louco e perturbado.
Mas as dores que o poeta sente,
muitas vezes é escrita 
pelo sentimento de outros.
Dizer que na casa torta 
não se abre a porta.
É mentira. Eu abri!
Onde os muros cedem com a chuva
e os escombros de pedra mata, 
também protegem.
Há não uma miragem, 
da pobre sacanagem.
Que o tempo que floriu 
e as mudas renasceram.
Onde tudo estava morto. Eu não!
O tempo revigorou, mostrou-se mais forte 
e desmistificou o impossível.
Desbloqueou mitos esquecidos 
e salvou os sonhos que não se realizaram.
As intempéries das mentes tortas
que caiam precipício abaixo sem para quedas.
Os bons bons devaneios de um anjo me salvou
como há de salvar a todos os que tem sonhos.
Um segundo é muito para quem tem pouco.
Um sorriso é único para quem não o faz.
Viver é fazer o querer.
é não escutar o achismo.
Sem limitar-se do que se merece.
Fazer o que é preciso para ser feliz. 


Emiliano Pinheiro Véras

CABARÉ





 
Ainda que num cabaré os sonhos 
de muitos jovens sejam desvirginados.
Há monstros esquecidos no tempo,
que nunca estiveram e queriam estar lá.
Na casa das meninas tortas e sedutoras
o jogo é limpo e descompromissado.
Nada é destemido na hora da descoberta,
nem mesmo o mais lindo renegado
dos mortais apaixonado se esquece:
Da dança, do brilho das luzes avermelhas.
Do cheiro de amor que exala pelo ar.
Do burburinho, barulhos sem nexos, 
apenas fissuras de taras por todos os lados.
Sem a vergonha de se achar como homem
é naquele lugar o mais conveniente,
o mais fácil que a procura há de ter.
Bebida e muita música, 
Sodoma um pequeno quintal,
longe do certo e perto do bacanal.
Princípios de todo momento,
felicidade naquela hora
que valerá a eternidade. 



Emiliano Pinheiro Véras


SOPRO NA ALMA

DA CARNE SANGUINÁRIA SURGE O ODOR DO HORROR OS TEUS FRIOS CABELOS PUXAM-OS SEM PUDOR E NA MORBIDEZ DA TERRA SE MANISFESTAM OS VERMES ACLAMAN...