quinta-feira, 30 de agosto de 2012

FALSIDADE


Você me olha nos olhos, sorri para mim como se fosse meu amigo e me amasse como irmão. Dá até para desconfiar! Sinto no fundo de sua alma o temor que tem de mim. Porquê? Deveria me desprezar como se despreza um inimigo, ou chegar para mim dizer qual é o problema. Mas não! Prefere agir com dissimulação, esperando que eu vire as costas para me atacar covardemente. Sinto muito em te dizer, mas tenho pena de você. Poderíamos resolver nossas diferenças com um simples diálogo. Não sou uma pessoa má, só não gosto de falsidade! 

Emiliano Pinheiro Véras

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

ESQUEÇA-ME




Não tenha raiva de mim. Foi você quem quis assim. Foram muitas vezes que nos encontramos, nos olhamos e até fizemos amor, mas depois ficou um vazio e eu não senti sua presença perto de mim. Isso me afastou e me machucou e me deixou pensativo, achando que eu não estava mais lhe surpreendendo, que aquela ocasião era comum e virará rotina. Não aguentei! Eu não queria assim! Queria a mais sugestiva vibração, que no seu mais simples toque me causasse a queimação da insegurança e me deixasse esvaziar todo o meu ser, como se deixa alguém com fome e você não me deixou assim. Agora só um adeus e foi bom enquanto durou.


Emiliano Pinheiro Véras

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

QUERO VOCÊ


Quero você!
Todos os dias mais feliz,
todas as manhãs mais dia,
as tardes mais tardes
e à noite, mais linda!

Quero você!
Todas as aventuras:
doces, salgadas e largadas.
Todas as loucuras, no branco e no preto.
Te quero do avesso!

Quero você!
Todos os momentos:
na sala, na cozinha e no banheiro.
Quero você na entrada e na saída.
Quero você costurada na minha vida.

Quero você!
Feito Santa, feito diabo.
Quero tua felicidade,
tua tristeza e alegria.
Há, como eu quero você!

Emiliano Pinheiro Véras

MARCAS DE DOR


Sem mim, não sou ninguém,
sem você, poço de desdem.
Sem motivos vivo sofrendo,
sem alguém sofro vivendo.

Cada acordar uma vértebra dilata
a saudade nova que me incomoda;
Um chão que se abre e eu afundo,
um sonho sereno e mais profundo.

Às margem do lago, só folha seca,
do cajueiro, raízes e esquecimento.
Da foto, escuto vozes, sinto cheiros.
Da alma, grita um aperto duvidoso.

Deito na areia e descanso à vontade
da fraqueza, do espírito que desconfia
que não sabe amar, só sabe muito ter,
a possessão, posição preventiva à dor. 


Emiliano Pinheiro Véras


SOPRO NA ALMA

DA CARNE SANGUINÁRIA SURGE O ODOR DO HORROR OS TEUS FRIOS CABELOS PUXAM-OS SEM PUDOR E NA MORBIDEZ DA TERRA SE MANISFESTAM OS VERMES ACLAMAN...