sábado, 9 de maio de 2015

DESENCANTO




Hoje não te direi louvores,
Nem cantarei ao vento
Palavras torpes que encantam
Outros pensamentos.
Me perderei nas arestas,
Ruínas de um coração gélido,
Que amou, amou e se curvou
às intemperizes da noite calada,
Sombria e solitária.
Me enrolarei, não em teus braços,
Nem em lençóis macios
Que matam a sede
Mas não saciam a alma.
Me juntarei àquela estreita curva,
Sinuosa, onde muitos perdem a direção
E esquecerei um pouco,
Do pouco que fui ao mar.

Emiliano Pinheiro Véras

SONETO DOS AMANTES



O silêncio infinito da alma
Transcende o fogo no coração.
Urge o corpo inteiro e não acalma
Nem com vento, nem água a paixão.

O contato de corpos alados
Anjos domados do dizer não.
Colorindo de prazeres amados
A geografia beijada com a mão.

Perfumes que se misturam
Fervores de vidas ardentes
Gemendo e sorrindo flutuam.

Na noite vai e vem ardilosa
Sussurrando baixinho nos dentes
Calando a boca mais gostosa.

Emiliano Pinheiro Véras

SOPRO NA ALMA

DA CARNE SANGUINÁRIA SURGE O ODOR DO HORROR OS TEUS FRIOS CABELOS PUXAM-OS SEM PUDOR E NA MORBIDEZ DA TERRA SE MANISFESTAM OS VERMES ACLAMAN...