domingo, 29 de agosto de 2010

TRAIÇÃO



Hó Deus!
Quantas horas 
já me perguntei,
O que foi que eu fiz?
Onde foi que eu errei tanto,
para tanto me sentir assim.
Como se eu fosse só um corpo
e mais nada dentro de mim.
Às vezes me revoltei,
fico pensando que era eu,
mas ao mesmo tempo,
sei que amei.
Amei os meus sonhos!
o meu rosto,
o meu corpo.
Eu me amei!
E agora estou assim só.
Com uma faca cravada no meu peito.
Cheio de dor,
de insegurança.
Por ter acreditado.
Confiado!
Achado que era verdade.
Que eu a tinha comigo.
E traíram a minha confiança.



Emiliano P. Véras

VACAS DO POTE


Naquele curral eu não entro mais.
Nem como daquele pasto que me faz mal.
O capim de lá não é para todos,
só alimentam as vacas já gordas.
A vaca velha diz MOMM!!!!
e as vacas novas AMÉM.
Parece que faltou boa criação
em terreno de hipócritas só perseguição.
O vaqueiro de lá não anda a galope não?
Além de doutor, coronel, tem que ser é peão!
Com tantas vacas magras de sede e fome,
onde outro gado de pasto também come.
Sem chuva, o justo paga pelo pecador.
Assim como se faz aqui.
Aqui se paga como se faz lá.




Emiliano P. Véras

RENASCER



Quero escrever!
Escrever o que sinto dentro de mim
quando estou zangado, magoado,
machucado!


Quero gritar!
Gritar para todo mundo ouvir
o que dentro de mim se cala
quando estou na pior,
sofrendo,
chorando!


Quero arrancar, queimar,
exorcizar o monstro
que sorri e chora,
mas que dentro de mim
está quase morto.

Quero saber rezar.
Para crer mais e mais.
Para que dentro de mim,
meu coração possa viver em paz,
enquanto estou mais do que vivo.


Emiliano P. Véras

SOPRO NA ALMA

DA CARNE SANGUINÁRIA SURGE O ODOR DO HORROR OS TEUS FRIOS CABELOS PUXAM-OS SEM PUDOR E NA MORBIDEZ DA TERRA SE MANISFESTAM OS VERMES ACLAMAN...