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sábado, 9 de junho de 2012
DESENCANTOS
Quando uma lágrima cai sozinha esquecida no frio
revela um espírito triste e profundo no semblante.
Um soneto amargo, a lembrança que só em Dante
escutaria em auto mar a fúria da prisão, alvo brio.
A bruma desvalida de um povo que sente calafrio
luta contra os deuses, esquece da ilusão ofegante.
Trunfo do diabo que cresce o coração escaldante
sem ritmo e compaixão, maldade do ego sombrio.
Não era enchente, os furacões retorcidos da verdade
o pó da humildade que esclarece o bem amargurado
Nem tão louco quem tem tão pouco vive a liberdade.
A distinta alegria de viver sofrendo os dias pendurado
água da chuva e luz do sol e acreditar na especialidade
de promessas, de bondades incrédulas do pobre jurado.
Emiliano Pinheiro Véras
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