segunda-feira, 29 de novembro de 2010

DOCÊNCIA SEM DECÊNCIA




São tantos exigentes sonhos
Que realmente nos comovem,
Que poucas linhas do destino
Alimentam as discordâncias.

Vivemos caos e perseguimos
A inocência do aprendizado.
Entre o equívoco, o calculado
E o consolo do mal-educado.

Onde as palavras, os números
São óbvios esmeros caminhos
De resto insatisfação e solidão
Sedutora, submissa e canibal.

Um país ignorante, imaculado
Sofrendo com ambição o mal
Descarta valores aniquilados
Da dignidade, solidariedade!  

Ser professor grande aventura
Liberdade imposta arte ensinar.
Uma paixão cega e não ter cura
Bela defesa praticada por amar.


Emiliano P. Véras

terça-feira, 16 de novembro de 2010

CAMOCIM




Para ser feliz não fique só no infinito
Persiga o peixe sabor maçã no mel.
Aqui tem lago seco: simples e bonito
Descrevendo assim não cabe no céu.

                       São muitos que vem de terra distante
                       Acham pessoas boas e pessoas afins
                       Aqui litoral denso de comida picante
                       Terra gentil, pátria amada dos confins.

Do pôr do sol a beleza mais brilhante
Deixa a vida solevante profunda levar
Eternamente doce sabor deslumbrante
Pescado na boca a vida boba acabar.

                       Sei que muito quem tem, bem vive aqui
                       Numa praia paradisíaca, fogosa e voraz
                       No farol a curtição delirante tem quaqui
                       No olhar distinto sacana de bom rapaz.

No crepúsculo, magia límpida que me diz
Gente a sorri sem dente de bondade à toa
Algo perigoso que não preciso nos quadris
É estar fisgado a qualquer olhar da patroa.

                       Sobreviventes das barreiras do ano atrós
                       Politicagem de sonhos doentios sem cura
                       De repente atiram pedras no voo albatrós
                       É da mulher que mexe rebolando fria e nua.

E assim tem mais vida mais perto do sol
E mais longe de fulano que nós o corisco.
Sem asas voando baixo beijando o girassol
Pois quem beija a flor padece no paraíso.

Emiliano P. Véras

A PAQUERA DO CIGARRO



Quando lhe vi a primeira vez caminhando na pista..
Sonhei em lhe ter como mais uma vítima.
Gosto de viciar corações,
deixando-os aos poucos, acabados!
Percorro seu corpo, suas veias e
descanso em seus pulmões.
A cada sugada que você me dá,
divirto-me com o seu desespero.
Estou apaixonado!
Tenho que lhe possuir
ou até mesmo lhe matar.
Não se preocupe.
Vai ser bem devagar!
Não posso lhe emagrecer
e acabar com sua fome
em apenas uma semana.
Tenho que ter paciência.
E assim que você estiver viciado em mim,
ficaremos nós dois na beira da praia.
Você com aquele bafo horrível e
eu sorrindo de sua cara.
Por ter sido mais um panaca
que se deixou apaixonar."



Emiliano P. Véras

SOPRO NA ALMA

DA CARNE SANGUINÁRIA SURGE O ODOR DO HORROR OS TEUS FRIOS CABELOS PUXAM-OS SEM PUDOR E NA MORBIDEZ DA TERRA SE MANISFESTAM OS VERMES ACLAMAN...