quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ENCONTRO


Há... mas eu encontrei
e nem foi preciso ser
Cristovão Colombo para 
desbravar lugares distantes,
e nem fui muito longe!
Não foi preciso ser Cristo,
carregar uma cruz tão pesada
e ter destino tão sofrido;
não foi preciso ser:
Mozart, Chopin ou Vivaldi
para sentir a beleza 
das notas musicais mais lindas,
que mexem com sentimentos mais esdrúxulos;
não foi preciso ser Santos Dumont
para voar bem alto
e sentir na pele a leveza
dos sonhos realizados;
não foi preciso ser monge
e viver isolado em reflexão
para estar em paz comigo,
com os outros e com a natureza;
não foi preciso ser Martin Luther King
para saber viver em harmonia sem discriminação;
não foi preciso ser Al Capone 
para entender o valor da vida
sem precisar roubar nem matar;
não foi preciso fazer greve de fome,
implorar, nem obrigar para que me vejam
como sou, gente, cheio de defeitos,
mas que sou eu e foi assim que 
encontrei o meu eu.


Emiliano Véras

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

SONHO




Sonhei com uma criança
Sozinha num lugar vil,
Fechava portas, portas abria
Chova, gritava e corria.
Tentei me aproximar
Chamando sua atenção,
Mas ela não me escutava,
Soluçava sentava no chão.
Tinha algo de mistério
Naquele pobre menino,
O encanto frio dos olhos,
Aterrorizados de pavor, 
O medo de ficar só,
A sensação de perda
Ao mesmo tempo eu,
Estava ali tão próximo
E distante, sem nada
Poder fazer para ajudar,
Dois opostos idênticos
Que se desmancharam de tensão
Quando a última porta do corredor,
A mais distante se abriu
E o menino correu deixando cair
Um brinquedo que era meu.


Emiliano Pinheiro Véras

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A DOR


Quando o coração se sente
triste, afobado, machucado.
A vontade que se tem é:
de se esconder, de se resguardar.
Às vezes parece que o mundo é injusto
que todas as pessoas são contra você
e quando a raiva passa,
você era apenas mais uma vítima.
Ninguém tem culpa de cada sofrimento
pois acalenta, acalma e serve de instrumento,
para fortificar as paredes do coração,
para irrigar o corpo com lágrimas
e ajuizar a mente com momentos de pudor.

Emiliano Véras

SOPRO NA ALMA

DA CARNE SANGUINÁRIA SURGE O ODOR DO HORROR OS TEUS FRIOS CABELOS PUXAM-OS SEM PUDOR E NA MORBIDEZ DA TERRA SE MANISFESTAM OS VERMES ACLAMAN...