sexta-feira, 15 de maio de 2015

SAIA DESSA



Na vida quando chegar o dia,
Você irá rever as vitórias, conquistas
E também as perdas. E são tantas que
O sorriso se cala e a alma se fecha
Para tantas outras besteiras
que às vezes choramos. 
Perdemos tanto no dia a dia,
No amor, no trabalho, na sexualidade.
Na família, na espiritualidade, na vida...
E quando pensamos nisso, 
Ainda perdemos alguma coisa,
Pois achamos que não dará mais tempo
E erramos novamente.
Sorria! Deixe essa cara amarrada,
Esse corpo frívolo e essa opinião 
de quem está sempre certa.
Corra, grite feito criança.
Deixe que digam que você enlouqueceu,
Mas não vá dormir mais uma noite sozinha
E triste porque não se conheceu e nem deu, 
A oportunidade para alguém lhe fazer feliz.

Emiliano Pinheiro Veras

ARANHAS



Na noite o toque do celular,
A curiosidade, insegurança, esperança.
A teia que aumenta em cada visualização
E eu aqui apaixonado sem razão.
Na mistura de cores uma palavra,
A mais falada, calada, fadada.
A nuança que discorre em cada beijo
E eu aqui sem sono, sem cheiro.
Na encosta do escuro um grito, um susto
A saudade, idade, cidade.
A rosa que perfumou uma página
E eu aqui com frio e calor.
Na historiografia aumenta os sentidos
A cama, rede ou lama.
A cura da insônia está na companhia
E eu aqui catando monstros.

Emiliano Pinheiro Véras

sábado, 9 de maio de 2015

DESENCANTO




Hoje não te direi louvores,
Nem cantarei ao vento
Palavras torpes que encantam
Outros pensamentos.
Me perderei nas arestas,
Ruínas de um coração gélido,
Que amou, amou e se curvou
às intemperizes da noite calada,
Sombria e solitária.
Me enrolarei, não em teus braços,
Nem em lençóis macios
Que matam a sede
Mas não saciam a alma.
Me juntarei àquela estreita curva,
Sinuosa, onde muitos perdem a direção
E esquecerei um pouco,
Do pouco que fui ao mar.

Emiliano Pinheiro Véras

SONETO DOS AMANTES



O silêncio infinito da alma
Transcende o fogo no coração.
Urge o corpo inteiro e não acalma
Nem com vento, nem água a paixão.

O contato de corpos alados
Anjos domados do dizer não.
Colorindo de prazeres amados
A geografia beijada com a mão.

Perfumes que se misturam
Fervores de vidas ardentes
Gemendo e sorrindo flutuam.

Na noite vai e vem ardilosa
Sussurrando baixinho nos dentes
Calando a boca mais gostosa.

Emiliano Pinheiro Véras

SOPRO NA ALMA

DA CARNE SANGUINÁRIA SURGE O ODOR DO HORROR OS TEUS FRIOS CABELOS PUXAM-OS SEM PUDOR E NA MORBIDEZ DA TERRA SE MANISFESTAM OS VERMES ACLAMAN...