quinta-feira, 16 de abril de 2020

TEMPO, TEMPO, TEMPO



A despedida " até logo!", 
fortalece a paz que voltaremos 
a qualquer hora nos encontrar. 
A sonda os segundos, os minutos,
O tempo de um dia duas sombras 
se acharem.

O pensamento foge de todas as situações 
tormentando a ti, a nós, 
as nossas ambições por loucuras, 
por verdadeiras aventuras.

O sorriso perigoso, tortuoso 
e sensual percorre meu instinto 
e descansa à carne nua, crua 
e ardente de emoção.

O som da alma reencontra os sentidos nobres 
de tremulas tensões de desejos, brigas com o eu, 
louco e desatento as palavras, 
sem ordem comum aos sonhos eloquentes.

Emiliano Véras e Levi Lopes

quinta-feira, 9 de abril de 2020

OBSESSÃO



Ó tempo...
Tempo das clarificações,
torturas e amplidões.
Leva contigo as lágrimas 
dos lençóis encharcados,
das noites em prantos
reluzidos na alma...
Espíritos ajudantes!
Deixa de mim!
Expurga do meu ser,
tal ilusão mistificada
de amor e não vale a dor.
Permita tão sombria criatura
a beleza do sorriso,
antes da angustia
de não ser amado.
Crava no meu peito 
com força uma adaga, 
mas transmute essa ânsia
em esperança de outro amor.
Não façais de tão puro
à indolência do espírito
subjugado a força.
Salvai-me dessa obsessão
que me suga, oprime,
tirando minha paz, alegria
dos sonhos emanados
da grande divindade.

Emiliano Pinheiro Véras



sexta-feira, 3 de abril de 2020

É ASSIM MESMO...


Não tenho medo
De me entregar a você.
Não tenho medo desse amor
que a cada dia só faz crescer.
Sei das intempéries, dificuldades
que juntos iremos vencer.
O amor é assim mesmo
e de nada se pode conter.
Dias de sol e chuva,
e até tempestades,
São dias de luta, união
e solução de dois amores
predestinados a vivê-lo.
Somos assim mesmo
e nada vai nos separar.
O que o universo criou
para ser vivido e amado.

Emiliano Pinheiro Veras

ERA PARA SER ASSIM...



Embaixo dos lençóis o mundo
não é mais nosso.
Não há guerras, distâncias,
frio ou fome.
As dúvidas, inseguranças
são transmutadas em sentidos
únicos, ternos e simples.
O perfume do corpo
reage ao afago.
A voz suave ao ouvido,
sussurro dos amantes.
E o tempo para e os abraços
colados na alma, sensações 
vertiginosas das grandes emoções.
E mesmo que lá fora tudo se acabe,
o sol que nasça e se ponha,
debaixo dos lençóis ficaremos
acordados, gemendo ou sorrindo,
Esquecendo dos planos de fora,
fugindo do abismo comum.
Embriagados de desejos, 
até que alguém derrube a porta
e destrua o que é só nosso.


Emiliano Pinheiro Véras

sexta-feira, 20 de março de 2020

A HISTERIA DO DESAPEGO



Um dia eu lhe falei
que o amor não vai mudar
as agruras nem sempre ficam
num corpo eloquente de amor 

O coração afoga no sangue da aorta
as esperanças e a sufoca com as mãos 
a traqueia daquele que o declara.
O amor que faz-se de ternura 
é par a dor e o âmago da alma.

As intempéries motivam a mente sã
as alegorias evocam o hístico asno
de uma manhã torpe e suja de dor.
Não caia nos anseios da carne...


Sob o teu lastro respiro
o veneno do desejo
entretanto, profano o túmulo
de tua póstuma memoria.

Emiliano Véras e João Vitor

sábado, 14 de março de 2020

DISTÂNCIA


Talvez o acaso do tempo 
percorra minhas veias 
e descanse no coração triste, 
à sombra do sonho e da alma.
Um perfil insano 
dos amantes esquecidos, 
Insultados pelo cheiro 
dos sangrentos instintos vampíricos.
Deste ser de ar nebuloso e sombrio, 
descarga de desejos, 
loucuras e boas intenções 
benignas e suadas de amor.
Benditos de sagas seculares 
e imperiosas do bom fim 
das fantasias deste mundo 
subjetivo do teu fervor. 
Tormenta de prazer 
que ergue meu mar da vida...
Deve ser o vento, a brisa 
que empurra e motiva 
corpos em chama vivendo separados 
do labor sem esplendor.

Emiliano Véras e Levi Lopes

sábado, 15 de fevereiro de 2020

A VIDA CONTINUA



A vida continua!
Como todo alvorecer,
uma nova chance.
Os percalços, já os vi...
das lágrimas ao desespero.
A vida continua!
Céu limpo ou nublado
hei de esperar por você...
dormindo ou acordado
estás nos meus sonhos,
felizes, às vezes de suspiro e dor.
A vida continua!
Não há de não querer
um mundo tão sublime,
tão puro, aprazível de amor,
lágrimas no lençol,
suor, desejo de amar.
A vida continua!
Em chamas, correntezas
e um simples olhar.
A vida continua!
Quem sabe um dia
a gente se olhe e só poesia
descarada e sorrisos tranquilos,
esquecendo o cheiro a presença...
e a vida continua!

Emiliano Pinheiro Véras


quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

PÚTRIDO AMOR




Enquanto meu vinho tem sabor,
enquanto carne viva estou.
Quantos sentimentos de dor 
pouco sobrou?
Minha gloriosa chama 
reacenderá novamente,
como fênix, das cinzas ressurgirei,
imortal serei, no teu peito, 
lume de ódio deixarei.
Deus da cintilante alma, 
liberta, sambará em tua cova.
Enquanto isso, em mar morto
passearei livremente nos acordes
das discórdias, traições encantadas
de pedinte insano. Súplicas!
Já no sepulcro, moscas a incomodar,
sentindo teu perfume a despedaçar
e sumir em nome dos vermes,
acostumados com sua doçura
de tal dor de amar e matar.

Emiliano Véras e Levi Lopes

ATORMENTADO



Mesmo antes do nascimento dos anjos
Na epigenesia da infância traída 
já expurgavam minha vida
Perseguida, sozinho sem causa.

Fantasiosas mestiças do passado, 
constantes da malévola força,
Desprendendo caos aos campos.
Flora de espinhos, trevas no ar, 
espanto do mar, pedinte do clamar.

Uma aurora cheia de vida. 
Fortaleza às vezes abatida
Diante das trevas, olhares 
odiosos, sombras do passado.
Buscas no caminho?

Ruidosamente sou a própria fuga
A repugnância dos maus destinos,
Verbos do vencer, espantosos. 
Vida em degustação do eu,
Sobreviver para a minha glória.

Emiliano Véras e Levi Lopes

DESCANSO ETERNO



Aos olhos meus, reflexo do céu, 
vejo a alma subir, Corpo cair, 
vermes surgir, uma luz sem fim.
Norte sem espanto, apenas 
o verdadeiro descanso.
Um gosto de sangue na boca,
Olhos arregalados e a alma fedida.
Momentos sombrios da mente.
Paz para tão misterioso fim.
Trevas e jasmim, sois sim!
Agora sois a sombra dos vagantes
Sem destino sou eu, vivido no voar
manchas de pudor, atitudes a devagar.
Monstro de sorriso fiel, morrer de amar.

Emiliano Véras e Levi Lopes

domingo, 12 de janeiro de 2020

MEDO DE MIM



Conativo, obscuro,
transcendente do calejar,
anjo sem rei, caos do fraco,
verdadeira luz sombria.
Um passo, uma queda, um suspiro
amaldiçoado na esquina do cemitério.
Uma cova rasa dos desejos malignos
a lua chora agonizando outrora.
Fenda do pudor, devaneio das razões.
Felino das indagações, provérbios da alma,
partes das partes, misteriosamente calor,
frio, sem turno, somente destinado.
a luz que brilha no céu mórbido
Aguardando os pedidos de clemência
a escuridão, silêncio e os passos da morte
Um vulto que se aproxima e o sopro
Roendo a espinha, rasgando as veias
e marcando lugar do sepulcro
Ondas de vapor me puxando para trás
Estremecido e paralisante,
a fuga e o fim.

Emiliano Véras e Levi Lopes

ANTROPOFAGIA



A ultrafatalidade suplica por uma labuta

que em vão implora para ser resistida. 
Onde as amasias das carnificinas 
faz-se presente em meio a ânsia
e a carne podre a qual dispensa os vermes
que andam a espreitar 
os dentes brancos que o seduz. 
A antropofagia das madrugadas 
veladas ao desespero 
em orações ao deus Pã. 
Despedaçando virgem por virgem, 
em um coito volátil 
onde revirava-se por meio das veias, 
bexigas e pulmões. 
Sentir o gosto de sangue, 
embriagar-me de loucura 
enquanto as moscas brigam 
por um lugar no que me resta 
da sombra dos gemidos atônitos 
e escorregadios de dor 
e prazer.  

Emiliano Pinheiro Véras e João Vitor Marques


ROSAS CÁLIDAS



Dizer-se-ia que as feridas da alma 
se encontram no coração. 
E eu, poeta, sangro por todas as artérias. 
Lúcido é aquele que talvez viva 
e desfrute dos desejos e anseios 
e não ceda as paixões do samba e da vida. 
Não ser santo, pouco perdido, 
em outrora usurpado do labor 
das noites ao luar amar, 
nasceu um fruto destemido  
e não flores brancas que ainda sangram 
de dor até secar a última lágrima.
que ainda arde de tesão, escapismo da paixão.
Paixão esta que me corroeu parte a parte, 
em remorso sempiterno. 
Os corpos enlaçados em orgias 
de pecados envoltos em sangue. 
Vos digo, desejo cair convosco 
em ternos lençóis.
Talvez em chamas, 
música cantarolada nos corações 
desarmados e nobres, 
o pecado, sacrilégio 
sufocado em outras vidas 
enaltecido com o cheiro e a cor 
e que agora eu morra, 
aqui em teus braços, amor.

Emiliano Véras e João Vitor

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

EU



Caminho nas beiradas e sinto medo do barulho
que dobra o asfalto e se joga como louco mudo.
Não quero muito que não posso ter, inutilidades!
O que é meu melhor prazer, sem dúvidas de dor.

Li suas mensagens e de pouco escureci n'alma
sou frágil com aparência, forte por me esconder
Agruras destinadas ao tempo dos piores horrores
mais famintos destemores escravizados ao pó.

Poderás tu, sacrilégio das mais puras tentações
tirar de um corpo tão choroso de amor, uma dor?
Dúvidas, tempo que passa e nada é esclarecedor,
só certeza das cicatrizes ensanguentas ao louvor.

Um imperador que sente o mimo das cores belas,
altruísmo fortalecido da carne pisada na outrora.
Destemido e eloquente, pedinte insignificante eu,
sozinho, bebendo ao relento ermo, mínimo sou...

Emiliano Pinheiro Véras



SOPRO NA ALMA

DA CARNE SANGUINÁRIA SURGE O ODOR DO HORROR OS TEUS FRIOS CABELOS PUXAM-OS SEM PUDOR E NA MORBIDEZ DA TERRA SE MANISFESTAM OS VERMES ACLAMAN...