segunda-feira, 21 de novembro de 2011

SONHO




Sonhei com uma criança
Sozinha num lugar vil,
Fechava portas, portas abria
Chova, gritava e corria.
Tentei me aproximar
Chamando sua atenção,
Mas ela não me escutava,
Soluçava sentava no chão.
Tinha algo de mistério
Naquele pobre menino,
O encanto frio dos olhos,
Aterrorizados de pavor, 
O medo de ficar só,
A sensação de perda
Ao mesmo tempo eu,
Estava ali tão próximo
E distante, sem nada
Poder fazer para ajudar,
Dois opostos idênticos
Que se desmancharam de tensão
Quando a última porta do corredor,
A mais distante se abriu
E o menino correu deixando cair
Um brinquedo que era meu.


Emiliano Pinheiro Véras

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