terça-feira, 12 de novembro de 2019

DOS POETAS MALDITOS




Os dedos já dormentes 
em carne crua e viva,
O sangue se tornando a
pintura que faltava,
Perigosamente expurgo 
as palavras malditas.

Córneas irritadas promovem 
a pureza do olhar,
O vermelho vislumbra 
o acabamento desta arte,
O esforço de pensar venera 
o poeta verdadeiro.

Inspirações num vácuo, 
ecoado de desenganos
atravancados na loucura 
presa dentro de mim
Sobe o sangue, engasgo-me 
e cuspo vocábulos.

Talvez eu não chegue ao fim 
com os meus termos
doentios e cheios de chagas 
abertas às discórdias.
Retrato do poeta que vos fala 
até vomitar o fim.

Emiliano Véras e Levi Lopes

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